sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Isto, sim, é um jornal!

Tenho um amigo jornalista em Januária, norte de Minas, e já falei sobre isso aqui, várias vezes.Hoje li a última edição de seu jornal e tive certeza outra vez: é possível existir um jornal bom, jornal de verdade, que não fale mentiras, que não venda as notícias (o que é simplesmente um absurdo) e que ainda tenha credibilidade não só de seus leitores, mas também das autoridades, como o Ministério Público, com quem trabalha bem "afinado". As denúncias são feitas e o MP as recebe, apura e pune, pois sabe que vêm de uma fonte segura, que investiga para combater a corrupção e não porque está deste lado ou daquele.Agora,pensemos bem: numa cidade onde, de 2004 até agora, CINCO prefeitos já perderam seus mandatos através de investigações jornalísticas sérias e do trabalho exemplar da Justiça, políticos corruptos pensariam duasvezes antes de se candidatarem ou de praticarem ilicitudes, não acham?E para completar, estão aí as manchetes do jornal. Vejam!

Destaques desta edição:

- TRE-MG mantém Sílvio Aguiar fora do páreo eleitoral
- Judiciário dá duas pauladas na corrupção
- Pedida a prisão do prefeito de Mato Verde
- Hélio Viana é denunciado criminalmente
- Hilda Viana pode ser condenada de 2 a 6 anos de reclusão

Aqui, infelizmente, os jornais se agarram no argumento de que precisam "sobreviver" e se vendem, publicam o que se paga para publicar, não importando se é verdade ou mentira, sem apuração mínima... Ou estou louco ou isto que temos em Muriaé não é, definitivamente, imprensa. Os jornais cobrem um evento e depois ligam para quemsaiu na foto dizendo "quanto é" para a foto sair no jornal. Ora, tenham a santa paciência!

Mas felizmente algo de bom podemos tirar destas eleições em relação a isto: tenho que parabenizar as ações do Juiz Eleitoral Sérgio Murilo Pacelli, que está agindo como todos deveriam agir: com isenção. E aos jornais se aplica hoje um velho e conhecido ditado: "escreveu, não leu, o pau comeu!". E como mesmo disse o Meretíssimo juiz, "infelizmente são necessárias medidas assim", como multas a quem deveria receber elogios por cumprir sua função social e profissional. É triste, hein!



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