ATÉ QUANDO?

Acidentes acontecem, é claro. E muitas vezes ninguém tem culpa, aliás, na maioria das vezes. Mas agora assistia ao programa Panorama Entrevista, na TV Panorama. Ouvi o termo "engenharia social" e pensei: não há culpa pelo acidente em si e não culpo, eu, também a administração pública. Não seria estúpido o bastante para fazer isso. Aliás, achei de péssimo gosto da campanha do ex-prefeito se utilizar da catástrofe para fins eleitorais. Tanto não achei isso sozinho que a justiça tirou o programa do ar.

Mas uma coisa inevitavelmente nos leva a aproximar as idéias. E não me refiro a esta administração, somente. Há uma coincidência triste que envolve este acidente e outros. No período desta administração houve o prazo final para a elaboração do Plano Diretor. E ele foi feito, mas não funciona. Aliás, este é um assunto de suma importância não só relativamente a acidentes, mas ao bem estar geralde uma cidade e é um assunto a ser discutido como tema único.

Então volto ao termo referido acima, engenaria social, que deveria ser uma preocupação do Poder Público, que tem os instrumentos para proteger a população, a cidade. Existem muitos erros que poderiam ser evitados através de uma ordenação, um planejamento que partiria das funções do Plano Diretor. Mas por que isto não acontece?

Até quando as políticas públicas vão priorizar obras estéticas, obras eleitoreiras, em vez de fazer estudos, de planejar a questão habitacional e ambiental, para que acidentes como o último que ocorreu, no bairro do Porto, deixem de ocorrer? Já temos agora a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, mas devemos nos utilizar deles depois de acidentes acontecidos? Ou seria melhor evitá-los, através de estudos e políticas públicas específicas?

É muito triste saber que a política é tão mal praticada, saber que nossos políticos não pensam de forma "comum", mas priorizam seu poder e a manutenção dele simplesmente para ter mais poder, sem pensar em todos como um todo...