quinta-feira, 19 de junho de 2008

Radialista violentamente agredido em Salinas/MG

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"O radialista Miguel Bernabé, de 61 anos, foi violentamente agredido na madrugada deste domingo em Salinas, no Norte de Minas Gerais. “Foi uma surra encomendada”, afirma Bernabé, que fundou e dirige há dez anos a Rádio Sal FM. Recentemente a emissora foi invadida pelo prefeito José Antônio Prates, acompanhado de advogados, policiais militares e um delegado. Na oportunidade, o prefeito exigiu que os microfones da emissora fossem ligados para que pudesse explicar à população a criação de uma Comissão Processante, pela Câmara Municipal, que na prática significa a abertura de um processo de cassação de seu mandato, por suposto ato de improbidade administrativa.

Inconformado com o atentado à liberdade de imprensa, Miguel Bernabé ousou denunciar o prefeito ao Ministério Público. O agressor, segundo o radialista, foi um jovem de aproximadamente 20 anos, ainda não identificado. O crime ocorreu minutos depois de Bernabé deixar o Parque de Exposições da cidade - onde se realizava uma festa agropecuária - em direção à sua casa. Depois que já havia se afastado da aglomeração de pessoas e passava por trecho ermo de uma rua, o radialista diz que recebeu uma “voadora”, golpe que o derrubou. Em seguida recebeu vários chutes, que o atingiram na boca e no nariz. Bernabé teve o braço direito quebrado e várias escoriações.

A suspeita de crime encomendado é reforçada por uma constatação: o agressor nada levou do radialista. Bernabé foi socorrido por populares e levado ao Hospital de Salinas pela Polícia Militar, que lavrou boletim de ocorrência e fez rastreamentos mas não conseguiu localizar o agressor do radialista."


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Fábio Oliva**

É um absurdo ter que noticiar isto, mas temos que fazer, temos que lutar contra isso. Pacífica e inteligentemente, temos que deixar de aceitar, e pronto!
Manifesto meu apoio ao jornalismo que, quando atacado, é porque é bom, bem feito, com ética e a possível imparcialidade.
Mas o mais triste é ver que isso não é exclusivo de nenhum lugar, acontece sempre e em qualquer lugar. Aqui, ainda não vimos, ainda bem, nenhum exemplo como este, mas há muitas formas de se calar um jornalista. Ou melhor, de se calar um veículo de comunicação, porque eu acredito que um jornalista, de verdade, não é um que se cala por nada, esquece o que deveria ter aprendido...
Enquanto isso, vamos nos mirar em exemplos de jornalistas que seguem seus princípios técnicos e humanos com honra.
Mas o que lutam os jornalistas contra é a injustiça, a corrupção, mas isso deve irritar e indignar a todos nós, indiferentemente de sermos jornalistas. A corrupção não aconteceria sem cidadãos. É triste, mas é verdade.
Resta-nos então continuar e tomar este exemplo como uma prova de que a verdade e o bom trabalho atinge o alvo, que acaba se expondo e virando o jogo.

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