quarta-feira, 16 de abril de 2008

Em Muriaé, Roundup pode!

O Roundup, o câncer e o crime do “colarinho verde”

O texto está publicado na íntegra em
http://www.espacoacademico.com.br/051/51andrioli.htm

Mas resolvi postar somente uma pequena parte dele:

"O efeito do glifosato no organismo humano é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contato com o produto. Os sintomas de intoxicação previstos incluem irritações na pele e nos olhos, náuseas e tonturas, edema pulmonar, queda da pressão sangüínea, alergias, dor abdominal, perda de líquido gastrointestinal, vômito, desmaios, destruição de glóbulos vermelhos no sangue e danos no sistema renal. O herbicida pode continuar presente em alimentos num período de até dois anos após o contato com o produto e em solos por mais de três anos, dependendo do tipo de solo e clima. Como o produto possui uma alta solubilidade em água, sua degradação inicial é rápida, seguida, porém, de uma degradação lenta. Suas moléculas foram encontradas tanto em águas superficiais como subterâneas. A acumulação pode ocorrer através do contato das plantas com o herbicida (folhas, frutos) e seus efeitos mutantes podem ocorrer tanto em plantas como nos organismos dos consumidores. As plantas podem absorver o produto do solo, movendo-o e concentrando-o para partes utilizadas como alimento, com grandes variações."
Por
ANTÔNIO INÁCIO ANDRIOLI
Doutorando em Ciências Sociais na Universidade de Osnabrück – Alemanha


Pois é, mais uma em Muriaé. Há agora um debate ferrenho entre os que defendem e os que criticam o uso do herbicida para a capina de ruas. Os que defendem o uso, inclusive alguns bem embasados, devem estar se baseando nos argumentos e "provas" oferecidos pela própria Monsanto, a empresa produtora do Roundup.
Mas isso é comum: as empresas poluidoras, que degradam e destroem o meio ambiente fazem questão de patrocinar estudos, ações que fortaleçam, protejam o meio ambiente, as pessoas. E o pior, muitos acreditam. As tintas utilizadas nos Estados Unidos, por exemplo, não podem conter chumbo, por estar comprovada sua potencialidade cancerígena. Mas no Brasil não há nenhuma proibição a este respeito. É claro! Aqui existem os lobbies destas grandes empresas, que vêm de outros países que não permitem que façam lá o que fazem aqui.
Mas me pergunto o seguinte: para quê esperar uma comprovação tão maligna de que estas práticas podem ser prejudiciais ao homem, à fauna e à flora? Me parece ignorância, uma vez que poderíamos fazer de uma maneira completamente inofensiva. Mas é exatamente dessa ignorância que sobrevivem produtos e empresas assim. E é também por isso que os ambientalistas são tão pouco ouvidos há anos, quando começaram a fazer suas críticas. É por isso que a situação climática e social de nosso planeta vem se deteriorando e as perspectivas são cada vez mais sombrias.
Ora, não é preciso pensar demais: o Roundup não é só composto de glifosato, como explica o texto acima, e é altamente solúvel em água. Estamos ainda contando com muitas chuvas, então dá para, como leigo, acreditar que este produto vai direto para os lençóis freáticos, contaminando a água. E enquanto pagarmos para ver o que acontece no futuro, estaremos cada vez mais condenando o próprio futuro.
E para nao parecer que minha opinião é extremamente pessoal, recomendo a leitura do texto que publiquei acima.

5 comentários:

Anônimo disse...

um absurdo esse veneno ai

Anônimo disse...

Apesar de todos os embasamentos que alguns alegam a favor deste veneno, como se explica a aplicação do mesmo somente na calada da noite? E o pior nem é isso, quando fui questionar com o funcionário da Prefeitura qual era o veneno, ele disse o seguinte: é roundup, mas ele tá misturado com óleo diesel, desse jeito ele fica fraquinho... os passarinhos que o digam, fica tão fraquinho que eles pela manhã são encontrados mortos pelos cantos da calçada! Vamos preparar um copo de roundup e oferecer as autoridades responsáveis por este ato!

Anônimo disse...

Vetado pela comunidade econômica européia, o governo dos Estados Unidos despeja o pesticida glifosato nos países latino americanos. A ignorância junto a má intenção das autoridades, pouco importa com a contaminação do ar, solo, água, chuva e lençóis dágua.
Os operários do Demsur não usam roupas adequadas, nem máscara e é uma vítima do pesticida. Os pássaros já estão morrendo, o que querem mais? Que as crianças também sejam vítimas?!!
Podemos considerar que Muriaé é vítima de um crime ecológico.
Reaja povão!!!!

Amigos do Parque Central disse...

Olá Flo,
Estamos encontrando o mesmo problema em Santo André SP, mais conseguimos a informação junto a Anvisa que a utilização do Roundup é proibida em áreas urbanas.Segue abaixo resposta que obtivemos da Anvisa.No nosso blog estamos denunciando o uso do produto.
http://amigosdoparquecentral.blogspot.com
Abraço.
A aplicação de qualquer agrotóxico em área urbana ('capina química') não é permitida no país. A monografia do agrotóxico citado (roundup, glifosato) pode ser consultada no endereço eletrônico http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/g01.pdf, onde o item ‘m’ (uso não agrícola) descreve:

“Modalidade de emprego: aplicação em margens de rodovias e ferrovias, áreas sob a rede de transmissão elétrica, pátios industriais, oleodutos e aceiros”.

Donde se nota que sua aplicação nas ruas ou em qualquer área urbana não está inclusa na modalidade de emprego, e portanto não autorizada.

As monografias da Anvisa têm força de norma e são dispositivos legais, tendo sido publicadas através da RDC nº 165, de 29 de agosto de 2003. Cada monografia de agrotóxico pode ser acessada em http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/index.htm. Além do exemplo já citado (glifosato), há outros, como o herbicida imazapir, cuja monografia pode ser acessada em http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/i012.pdf (ver item “l” - uso não agrícola). Note que a capina química em ambiente urbano não está autorizada (portanto é proibida).


Atenciosamente,

Gerência Geral de Toxicologia - GGTOX
Tel (61) 3448-6202/6203

Amigos do Parque Central disse...

Olá Flo,
Estamos encontrando o mesmo problema em Santo André SP.
Entramos em contato com a Anvisa que nos respondeu o seguinte:
A aplicação de qualquer agrotóxico em área urbana ('capina química') não é permitida no país. A monografia do agrotóxico citado (roundup, glifosato) pode ser consultada no endereço eletrônico http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/g01.pdf, onde o item ‘m’ (uso não agrícola) descreve:

“Modalidade de emprego: aplicação em margens de rodovias e ferrovias, áreas sob a rede de transmissão elétrica, pátios industriais, oleodutos e aceiros”.

Donde se nota que sua aplicação nas ruas ou em qualquer área urbana não está inclusa na modalidade de emprego, e portanto não autorizada.

As monografias da Anvisa têm força de norma e são dispositivos legais, tendo sido publicadas através da RDC nº 165, de 29 de agosto de 2003. Cada monografia de agrotóxico pode ser acessada em http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/index.htm. Além do exemplo já citado (glifosato), há outros, como o herbicida imazapir, cuja monografia pode ser acessada em http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/monografias/i012.pdf (ver item “l” - uso não agrícola). Note que a capina química em ambiente urbano não está autorizada (portanto é proibida).


Atenciosamente,

Gerência Geral de Toxicologia - GGTOX
Tel (61) 3448-6202/6203
No nosso blog também estamos denunciando o uso deste produto.
http://amigosdoparquecentral.blogspot.com
Se vc achar necessário podemos enviar mais informações sobre o Roundup.
Abraços e conte conosco.