sábado, 26 de abril de 2008

Propaganda nem tão verdadeira assim...

Rua Capitão Felisberto, quatro dias depois do acidente, ainda muito suja.
Manifestações pela limpeza das ruas, quatro dias após o acidente.
Horto Florestal, depósito do lixo recolhido nas ruas atingidas.
Prainha e bairro Dornelas, no dia 25, mostra o estado que estava o rio, não suportando as águas da chuva, por estar cheio de lama.
A Prefeitura Municipal está em franca campanha de reeleição. Neste sábado, por exemplo, publicou nos jornais da cidade uma propaganda cuja exatidão pode ser discutida. O texto diz o seguinte:
"Muriaé não esquecerá os estragos causados pela enchente de janeiro de 2007. Também não esquecerá as ações da Prefeitura, que não cruzou os braços, foi à luta e trouxe soluções.
A Prefeitura, com ações rápidas e objetivas, conseguiu apoio da Cruz Vermenlha e do Governo Estadual...
...Com o esforço de cada um de nós, Muriaé foi reerguida...
...Antes do período de chuvas em Muriaé, a Prefeitura iniciou o trabalho de prevenção com o alargamento, a retirada de curvas, dragagem e limpeza do Rio Muriaé. Agora, mesmo em dias de fortes chuvas, o rio não transborda e, assim, a população pode ficar tranqüila."

Dizer que a cidade não esquecerá das quatro cheias em 11 dias, isso é verdade. Várias pessoas perderam seus pertences mais de uma vez.
Mas quanto a ações rápidas da prefeitura, isso discordo. E creio que muitos moradores, dos cerca de 40 mil atingidos também. Isto pode ser visto nas fotos acima, que além de demorar para começar os trabalhos de limpeza, que só começaram após manifestações da população, a prefeitura agiu de forma desastrosa. A sujeira recolhida nas ruas foi rapidamente depositada no Horto Florestal, local de visitação pública e preservação ambiental, quando o lixão estava a 5 km dali.
Este tal alargamento do rio, também nas fotos, e dragagem, não são bem assim. Na costrução das duas pontes mais atingidas, houve um estreitamento da caixa do rio, o que ainda acredito ser contra a lei, mas...
E dragagem, ora! Trouxeram uma retroescavadeira dizendo que era uma draga, que tirou algums metros de lama do rio, colocou em sua margem, e após mais umas chuvas a lama ainda voltou para o leito. Para vermos se não transborda o rio, mesmo, agora só na próxima estação de chuvas que, a propósito, só ocorre após as eleições. Muito coveniente...

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