terça-feira, 29 de abril de 2008

Alguém sempre diz algo inteligente. Ainda que não seja totalmente ouvido, diz!




Quando acabam as florestas, as águas se
vão, os peixes e a caça se vão, as
colheitas se vão, os rebanhos e as manadas se vão(...)
Depois disso aparecem os fantasmas
milenares: as inundações e as secas, o
fogo, a fome e as doenças.

(João Henrique Macedo)






Nem sou eu quem está falando...

Acho que a maioria das pessoas concordam com minha crítica ao uso de pesticida na capina das ruas de nossa cidade. Mesmo porque, como dá para ver, quem entende um pouquinho mais do assunto, sabe que estes produtos já foram proibidos em países europeus e aqui, como o lobby é mais forte do que as leis ou o bom senso, tudo pode.
Então, autoridades responsáveis, saibam que estamos de olho...


Vera disse...
um absurdo esse veneno ai
22 de Abril de 2008 14:37


Luana Cerqueira disse...
Apesar de todos os embasamentos que alguns alegam a favor deste veneno, como se explica a aplicação do mesmo somente na calada da noite? E o pior nem é isso, quando fui questionar com o funcionário da Prefeitura qual era o veneno, ele disse o seguinte: é roundup, mas ele tá misturado com óleo diesel, desse jeito ele fica fraquinho... os passarinhos que o digam, fica tão fraquinho que eles pela manhã são encontrados mortos pelos cantos da calçada! Vamos preparar um copo de roundup e oferecer as autoridades responsáveis por este ato!
29 de Abril de 2008 19:40


Luiz Cerqueira disse...
Vetado pela comunidade econômica européia, o governo dos Estados Unidos despeja o pesticida glifosato nos países latino americanos. A ignorância junto a má intenção das autoridades, pouco importa com a contaminação do ar, solo, água, chuva e lençóis dágua.Os operários do Demsur não usam roupas adequadas, nem máscara e é uma vítima do pesticida. Os pássaros já estão morrendo, o que querem mais? Que as crianças também sejam vítimas?!!Podemos considerar que Muriaé é vítima de um crime ecológico.Reaja povão!!!!
29 de Abril de 2008 20:22

segunda-feira, 28 de abril de 2008



"Sejamos nós a mudança que queremos ver no mundo."
Ghandi

domingo, 27 de abril de 2008

Nosso hábito de esperar acontecer o pior para ver como é que está...

Notícia extraída de http://www.silvanalves.blogspot.com/

Domingo, 27 de Abril de 2008

DOIS PRESOS FOGEM DA CADEIA DE MURIAÉ
Clóvis Evangelista Miranda, o "Gim" e Gleicimar Nunes, o "Cicatriz", fugiram da Cadeia Pública de Muriaé por volta das 22h40 desse sábado. Segundo registro da PM, os detentos estavam em uma cela nova, a 13, construída nos fundos da cadeia e próximo ao muro. Após serrar a grade da frente da cela, conseguiram fugir possivelmente pulando pelo telhado que dá acesso à frente da Delegacia Regional de Polícia Civil e rua José de Freitas Lima, no Safira. A Polícia Militar procura pelos presos desde ontem, e pede a população para denunciá-los, caso sejam vistos pela cidade. Na cela estavam mais dois presos, que não quiseram seguir o mesmo comportamento dos fugitivos. É mais um problema para a direção da Cadeia de Muriaé.
Postado por Silvan Alves - Muriaé (MG) às
06:45

É por isso que eu critico. Não só porque esta ou aquela autoridade não age de acordo com suas funções, mas porque nós mesmos não cobramos isto como devemos.
Cito este caso primeiro porque sabemos, há muito tempo, que a situação carcerária nesta cidade e em muitas outras é terrível. E nem estou falando da questão que costuma ser causadoras de grandes polêmicas, a questão dos direitos humanos. Falo é de uma questão lógica, a superlotação potencializando um barril de pólvora. Em uma cadeia onde cabem cerca de 70 presos abrigar mais de 150, logicamente não pode dar em boa coisa.
E esta situação é observada, utilizada politicamente, mas não é resolvida definitivamente. E possível, sempre é. É só seguirmos exemplos que existem pelo Brasil afora. Ações que deram certo, nas quais encontraremos algo para copiar.
E sempre nosso conformismo faz parte das causas de catástrofes, de problemas. Vou citar mais dois exemplos: o acidente com a mineradora no ano passado, que causou estragos desde Miraí até o estado do Rio de Janeiro. Aconteceu por falta de uma fiscalização prévia ou séria, por parte da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM).
O outro acidente que poderia também ser evitado, ou pelo menos mais investigado depois, foi o do posto de combustíveis, que causou uma explosão na rede de esgoto da rua lateral ao posto. Também era de responsabilidade da FEAM a fiscalização sobre o posto e aobra que foi realizada.
São coisas diferentes, mas com uma mesma responsabilidade: a de todos nós. Eu vejo os defeitos acontecendo hoje, mas não somente neta cidade, mas em todo o país. E vejo algumas atitudes diferentes que têm, é claro, resultados diferentes.
Quando pararmos de achar que só compete às autoridades a solução de tudo, e participarmos mais, seja criticando, seja sugerindo ou agindo, aí talvez teremos menos críticas para fazer e mais soluções trazendo o bem a todos.
Após o acidente do posto, ao qual nenhum dos 11 vereadores ou pelo menos os 4 da Comissão de Meio Ambiente compareceu, enviei um e-mail para o Deputado Bráulio Braz, pedindo seu empenho para trazer para Muriaé um braço da FEAM, pois a cidade abriga várias atividades ambientalmente perigosas. Ele, então, me respondeu com cópia do Ofício que enviara ao Secretário Estadual de Meio Ambiente. Acho que já é um começo...
A história da fuga dos presos não é diferente neste sentido. O que mais disseram os deputados que vieram aqui visitar a cadeia pública? Não sabemos.
Como sempre, não sabemos e não queremos saber, até que acontece alguma coisa que quase sempre poderia ter sido evitada.

Verdades? Mais de uma?

O muro de concreto construído na Prainha.
Leila e a casa, que foi totalmente invadida pelas águas da enchente.
No final da Rua Capitão Felisberto, máquina empurrou para o rio o lixo e um pouco do calçamento.
Sebastião em sua casa, que gastou de cerca de R$ 8 mil para reformar.
O fundo da casa de Sebastião, que reforçaram também sem a ajuda de ninguém.



Como a prefeitura anunciou as ações realizadas quando do acidente e as consequentes cheias do Rio Muriaé em janeiro de 2007, fui confirmar junto a alguns moradores afetados pelos estragos. Parece que as opiniões de moradores e prefeitura não são as mesmas. Na Rua Capitão João Felisberto, na Barra, SEbastião José Lombardi e sua irmã, Lúcia Lopes Lombardi, tiveram que reformar a casa e reforçar a sustentação da mesma na beira do rio. A reforma ficou em cerca de R$ 8 mil. Os móveis foram perdidos e Lucia perdeu quase tudo, duas vezes.
"Vai ter uma audiência agora dia 30 com a mineradora e a proposta é de R$ 2 mil, como falou o advogado. Tirando os 20% do advogado, vamos ficar com R$ 1,6, bem longe do que gastamos", disse Sebastião.
Em frente a sua casa, Sebastião mostra o estrago causado pela máquina que a prefeitura enviou para empurrar o lixo para dentro do rio. Além de piorar a situação do rio, a máquina ainda fez estragos na calçada e na própria rua, que ainda não foram consertados.
Na prainha, alguns moradores têm opiniões diferentes sobre o muro de concreto na beira do rio: os que estão na última rua, de frente para o muro, apóiam sua construção. Os que moram nas outras ruas temem que assim que a água bata no muro ela volte ao outro lado do rio e entre em suas ruas com ainda mais força, causando estragos piores.
Leila Maria Carvalho do Carmo, teme pelas próximas chuvas que, sabemos, só virão no próximo ano. Ela não teve como se mudar da casa onde mora com o pai, a mãe e seu filho. "O que pude fazer foi pintar a casa, que ainda está úmida. Houve várias audiências e numa delas ficou acertado que receberíamos R$ 8 mil por cada adulto da casa e R$ 4 mil pelo meu filho. Aceitamos, mas não recebemos até hoje", diz Leila. A audiência foi há mais de seis meses e segundo ela, a maioria dos moradores da Prainha aceitou o acordo e também não receberam.
Pelo visto, há verdades e verdades nesta história.
Com certeza a administração atual não tem culpa nem pelo acidente que causou tantos estragos no ano passado nem pela situação habitacional às margens do rio, pois já estavam ali casas onde não poderiam estar. A lei diz 15 metros entre a margem do rio e qualquer construção. Mas também dizer que agiu rapidamente e usar um desastre deste como propaganda política, aí já me parece um tanto quanto oportunismo. E o pior é que um oportunismo usando meias verdades.

Agradeço aos anônimos

Mais um comentário digno de ser postado:

"Concordo com os 2 posicionamentos diferentes, e nao pretendo ser paradoxal aqui. Essas estaçoes de tratamento nao fazem parte de um programa federal ou estadual?? Entao... embora eu acredite que esse sugestao do floriano seja realmente boa, esse problema politico que o outro anonimo citou poderia ser nas doses homeopaticas das verbas liberadas lá de cima para esse tipo de obra... entao, assim eu acho que ficaria meio dificil fazer uma coisa centralizada, de uma só vez. E mais, nao existe espaço físico nas margens do rio muriaé para esses fins! É realmente um desafio!Eu acho que esse caminho que está sendo seguido pode nao ser O melhor, mas nao esta de todo errado no meu ponto de vista. Pensei aqui agora tambem que esses canais que voce sugeriu pela cidade poderiam gerar mal cheiro, atrair insetos, entao talvez seja melhor que ele seja tratado perto da sua origem, sem percorrer nenhum canal aberto. Só se voce pensou num canal fechado, aí que eu nao acho q seja viavel realmente.Mas sei la, acho muito valido esse tipo de discussao, me interesso bastante por temas relacionados a meio ambiente. A gente sempre quer o melhor possivel pra gente ne, mas temos que reconhecer que rarissimas cidades no Brasil hoje tem o privilegio de ter esgoto tratado." (Anônimo)

Em primeiro lugar, é realmente necessário haver mais de um posicionamento, pois isto é a democracia, não é mesmo?
Mas quanto ao espaço físico nas margens do rio, este já é um problema com outras causas. Construções devem ser feitas a 15 metros da margem do rio, o que, de fato, não acontece. E este não é um problema desta administração, somente, nem desta cidade.
Mas de qualquer maneira, devemos sempre querer o bem comum, eu disse. E discutir para chegarmos a uma decisão que seja a mais plausível. O que posso eu fazer é mesmo sugerir, como tenho feito.
Sobre cidades exemplos, como você disse, realmente sempre haverá algum exemplo a ser seguido. É claro que a situação é diferente, mas Ipatinga tem 100% de seu esgoto tratado. Será que não há nada a se copiar, neste caso?
Também aceitaria ver as coisas acontecerem em doses homeopáticas, mas que fossem do mesmo remédio, né? Seria muita ingenuidade minha ou de qualquer um pensar que verbas são liberadas automaticamente. Sei que não. Mas aí volto a dizer que se tivéssemos um planejamento consistente e sério, poderíamos saber até o que será feito pela próxima administração, independentemente de quem seja o prefeito. Para isso, também, deveria servir o Plano Diretor, para o planejamento a qualquer prazo visando o crescimento ordenado de nossa cidade.
Mas saudável, mesmo, é a discussão que se pode conseguir a partir de opiniões respeitosas ainda que divergentes. Agradeço mais uma vez pelos comentários.

sábado, 26 de abril de 2008

Propaganda nem tão verdadeira assim...

Rua Capitão Felisberto, quatro dias depois do acidente, ainda muito suja.
Manifestações pela limpeza das ruas, quatro dias após o acidente.
Horto Florestal, depósito do lixo recolhido nas ruas atingidas.
Prainha e bairro Dornelas, no dia 25, mostra o estado que estava o rio, não suportando as águas da chuva, por estar cheio de lama.
A Prefeitura Municipal está em franca campanha de reeleição. Neste sábado, por exemplo, publicou nos jornais da cidade uma propaganda cuja exatidão pode ser discutida. O texto diz o seguinte:
"Muriaé não esquecerá os estragos causados pela enchente de janeiro de 2007. Também não esquecerá as ações da Prefeitura, que não cruzou os braços, foi à luta e trouxe soluções.
A Prefeitura, com ações rápidas e objetivas, conseguiu apoio da Cruz Vermenlha e do Governo Estadual...
...Com o esforço de cada um de nós, Muriaé foi reerguida...
...Antes do período de chuvas em Muriaé, a Prefeitura iniciou o trabalho de prevenção com o alargamento, a retirada de curvas, dragagem e limpeza do Rio Muriaé. Agora, mesmo em dias de fortes chuvas, o rio não transborda e, assim, a população pode ficar tranqüila."

Dizer que a cidade não esquecerá das quatro cheias em 11 dias, isso é verdade. Várias pessoas perderam seus pertences mais de uma vez.
Mas quanto a ações rápidas da prefeitura, isso discordo. E creio que muitos moradores, dos cerca de 40 mil atingidos também. Isto pode ser visto nas fotos acima, que além de demorar para começar os trabalhos de limpeza, que só começaram após manifestações da população, a prefeitura agiu de forma desastrosa. A sujeira recolhida nas ruas foi rapidamente depositada no Horto Florestal, local de visitação pública e preservação ambiental, quando o lixão estava a 5 km dali.
Este tal alargamento do rio, também nas fotos, e dragagem, não são bem assim. Na costrução das duas pontes mais atingidas, houve um estreitamento da caixa do rio, o que ainda acredito ser contra a lei, mas...
E dragagem, ora! Trouxeram uma retroescavadeira dizendo que era uma draga, que tirou algums metros de lama do rio, colocou em sua margem, e após mais umas chuvas a lama ainda voltou para o leito. Para vermos se não transborda o rio, mesmo, agora só na próxima estação de chuvas que, a propósito, só ocorre após as eleições. Muito coveniente...

O blog na revista!


Neste domingo, 27 de abril, este blog será divulgado na Revista JB Ecológico, em uma errata.
É que em sua última edição a revista publicou uma foto minha em uma matéria sobre o acidente com a Mineradora Rio Pomba Cataguases. A foto foi creditada para outra pessoa e vai ser republicada. Agradeço a presteza da edição da revista e peço aos que comprarem o Jornal do Brasil para notarem a foto e a divulgação do blog.
A foto é esta, da Rua Belisário, em Muriaé, quatro dias após o acidente e mostra o estado em que se encontravam diversas ruas atingidas pelo vazamento de 2 milhões de metros cúbicos de lama de um tanque da mineradora.

Vou responder anonimamente!

Anônimo disse...
Seu raciocício sobre o esgoto é totalmente BURRO!Quer dizer que nao adianta tratar um esgoto se ele vai se juntar a agua suja novamente?? Entao itaperuna nunca deveria tratar o seu esgoto ja que o rio muriaé ja vai poluído daqui?Nao adiantar querer o esgoto de toda a cidade tratado de uma vez só, sabemos que isso é economicamente e politicamente impossivel! Mas é preciso dar o primeiro passo (seja obrigatorio ou nao), e ele ja foi dado! A nao ser que voce tenha uma sugestão melhor...

Pense direitinho comigo: agua limpa + agua suja = agua suja
agua seuja + agua suja = agua extrememente suja!
25 de Abril de 2008 23:04


Adoro receber comentários! Ainda mais quando são discordantes. E não estou sendo irônico, não, é verdade. É que assim dá para chegarmos a algum lugar: trocando idéias.
Mas vou ser bem sucinto.
Senhor anônimo, economicamente e politicamente viável são duas coisas diferentes, realmente. Mas sugestão é claro que tenho, senão não faria uma crítica. Ah, e eu também não disse que não adianta tratar o esgoto. Disse que seria melhor fazer de outro jeito.
Por que nao fazer um "cinturão" de coleta à beira do rio (de, no máximo uns 4 km) e, usando a própria gravidade, construir uma só estação de tratamento de esgoto lá no final da cidade, bairro Marambaia, talvez? Seria objetivar o serviço... E fazê-lo com eficiência. Ah, vale lembrar que com mais esgoto tratado, desta maneira, por exemplo, poderíamos ainda lucrar, ao receber créditos de Carbono. Ou seja, economicamente viável, é. Ou poderia ser, pelo menos.
Então pense comigo, direitinho:
Vontade política + eficiência = muito dinheiro economizado, o que daria para fazer muito mais.
Então à primeira vista, pode não parecer economicamente viável, por ser um pouco mais caro. Mas tenho certeza que um projeto bem elaborado, e objetivando realmente atender a uma necessidade da população e do meio ambiente, pensando "comum", seria aprovado.
Mas politicamente compreendo porque não é viável: é que as coisas têm que ser oferecidas em doses homeopáticas, para ter o que "oferecer" em ano de eleições!
Mas de qualquer maneira, obrigado pelo comentário.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Organismo em mau funcionamento!

Há poucas semanas a prefeitura comemorou a inauguração de duas estações de tratamento de esgoto (ETE), uma no bairro Safira e a outra no bairro José Cirilo.
As obras são realmente importantes e com elas a cidade atinge 30% do seu esgoto tratado. uma coisa, entretanto, apesar da festa feita para as inaugurações, salta aos olhos: a estação do Safira, por exemplo, vai tratar o esgoto produzido nos bairros João XXIII, Safira e adjacências. Mas onde é que vai ser jogado o esgoto depois de tratado? No córrego que corta a rua Santa Rita. Então, até chegar ao rio Muriaé, este esgoto que já foi tratado vai recolher os detritos produzidos pela região da rua Santa Rita inteira, Av. Constantino Pinto e Armação, chegando ao rio sujo de novo.
Seria, então, possível dizer que apesar de importante, esta obra é um desperdício de dinheiro público? De certa forma, sim. Porque as ações não são integradas? É o que deveria ser feito. Alias, é o que o diz o Plano Diretor, entre muitas outras coisas.
O plano diretor, inclusive, é disponibilizado pela prefeitura em seu site (http://www.muriae.mg.gov.br/planolei337706.pdf). Mas se lermos, vamos ver que foi mais uma ação “para cumprir legislação”, às pressas. Só foi feito porque era obrigatório. vale lembrar que o governo federal deu prazo até outubro de 2006 para as cidades elaborarem seus planos e quase todas só o fizeram no final do prazo.
Em muriaé, houve muito pouca participação inclusive da própria população. Mas me lembro bem que dos políticos também. o então presidente da câmara municipal foi convidado para um programa de debates que eu produzia na TV local. Sua sugestão foi que eu não convidasse políticos para falar deste assunto. e me lembro que apenas um, dos 11 vereadores, participou pelo menos de quase todas as reuniões.
Os vereadores adoram falar e fazer coisas pouco importantes, como declarar entidades de utilidade pública, fazer moções e as ler durante as reuniões, verificar seus e-mails durante as reuniões... Mostram o quanto estão preocupados com seus reais afazeres naquela casa.
Detalhe importante: o DEMSUR só deveria cobrar a taxa de esgoto quando tratar o esgoto. O que acontece, de ser cobrado pelo esgoto não tratado, não seria contra a lei?. A Câmara de Vereadores de Juiz de Fora está votando um projeto assim: cobrar taxa de esgoto onde há esgoto tratado. Quem sabe não podemos seguir bons exemplos?


Trânsito
O problema do trânsito na cidade chega a níveis insuportáveis e parece que não existe solução alguma à vista. Ora, planejamento é a solução. Seguir as orientações de nosso Plano Diretor seria a melhor. Mas será que os vereadores votaram alguma lei complementar ao Plano? Será que sabem do que trata o Plano? Só não é preciso ser nenhum “expert” para saber que Muriaé já não comporta tantos carros nas ruas que tem. Não desta maneira. Vias alternativas, anel rodoviário, qualquer que seja a medida, deve obedecer a um planejamento, para que não seja mais dinheiro jogado fora, para que não represente só mais alguns votos no fim deste ano.
Falta, no mínimo, uma engenharia de tráfego eficiente. Aqui, as ruas são de mão dupla, os itinerários dos ônibus do coletivo são completamente ineficazes – desestimulando o uso do transporte coletivo.
Algumas cidades européias vêm conseguindo melhorar esta situação reduzindo vagas de estacionamento no centro das cidades. Isto desestimula a pessoa a usar o carro para ir a locais mais saturados. Aliás, muriaé concentra muitos serviços no centro da cidade. Praticamente todas as agências bancárias do município estão concentradas num raio de um quilômetro quadrado. Assim não dá... Ainda constroem o Fórum numa rua estreita e a prefeitura ao lado da rodoviária... A própria rua São Pedro, coitada, está saturada de edifícios... Onde está o código de postura do município? Os problemas são muitos e não aparece ninguém para enfrentá-los de peito aberto. “Meus heróis morreram de overdose”, como diria Cazuza.

Meio Ambiente
Este é um problema crônico na cidade. Cito o acidente em Março envolvendo um posto de combustíveis. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara não compareceu ao local, porque não pode ingerir nas ações do Posto. Ora, mas será que nem vir ao local saber o que realmente aconteceu, do que os “eleitores” precisavam, eles poderiam? Porque depois do acidente realmente não havia como ingerir no posto, ate porque a competência da fiscalização desta atividade é somente da FEAM, que fica lá em Ubá.... Agora vemos quase todos os dias um caminhão com 45 mil litros de combustível descarregando neste e em outros postos da cidade. Até quando? Será que até quando acontecer uma tragédia? E leis municipais, se não me engano, são os vereadores que fazem.
Outra questão é o corte de árvores. Será que as autoridades não vêem? Parece que não, ou parece que não querem ver. Nem imagino por quê. Mas deveriam olhar ao redor e ver que a questão ambiental é questão de sobrevivência. Mas não é a de cada um de nós, não é? Talvez seja por isso: para quê se preocupar com próximas gerações?...
As leis complementares seriam um plano a médio ou longo prazo, mas se não fizermos assim, este prazo nem acontecerá. E nosso rio, nossas árvores, nosso patrimônio histórico? O quê os protege? Ou será que isto realmente não precisa ser pensado, é só deixar acontecer?
As coisas parecem não estar caminhando como deveriam. Ou será que estou errado, e estou vendo demais? Ou de menos?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Absurdos não são distantes!

A notícia que estava hoje no blog de Silvan Alves (http://www.silvanalves.blogspot.com) me assustou. Assim como outras que não vemos noticiadas. Mas é o que já penso há muito tempo: os absurdos que vemos na TV não estão nem um pouco longe de nós. E mesmo assim me assustou. Quem se lembra dos presos algemados juntos em pilastras por falta de vagas na cadeia (agora nem me lembro onde)?
Será que daqui a pouco teremos meninas de 12, 15 anos presas, junto aos homens, também? O que não vemos é uma notícia dizendo que a saúde e a educação em Muriaé surpreendem, que os vereadores ou a Prefeitura lançam um programa ou fazem uma Lei que surtam resultados extraordinários.. Ah, isso é muito difícil, não?
Mas apesar de tanto espanto, temor, ainda não deixo de acreditar que posso ser surpreendido por alguma notícia dessas. Talvez eu me engane. Afinal, estamos em ano de eleições!
E eis a notícia que tomei a liberdade de copiar de Silvan Alves:
"Um muriaeense foi preso ontem (23) por volta das 18 horas, depois de ter contra ele, um mandado de prisão por pensão. Ao ser levado para a Delegacia Regional de Polícia Civil de Muriaé, foi surpreendido pela falta de vagas, uma vez que a cadeia está interditada a cerca de um mês. E o jeito foi improvisar. Algemado pelos pés, ele passou a noite na calçada enfrente a carceragem, no interior da DP. Hoje pela manhã ele continuava lá. O homem evengélico confirmou sua prisão por não ter pago a pensão de quatro filhos: "antes eu pagava meio salário, agora estava pagando R$ 120,00, porque não tenho condições de pagar mais". O valor atual do atraso pode estar R$ 1.500,00. Segundo informações o homem fora levado para o albergue, que também funciona dentro na cadeia. Na Delegacia de Polícia Civil fomos informados que não há vagas em Muriaé e nem nas cadeias vizinhas, que é para onde foram feitas várias transferências. Será que essa situação vai continuar? Amanhã teremos pessoas presas pelos corredores?"

Postado por Silvan Alves - Muriaé (MG) às
04:39

Ó paí, ó!

Tremor de terra, ressaca furiosa no Rio de Janeiro, inundações nunca vistas no Nordeste, deputados custando R$6,6 milhões por ano...
Assim ninguém aguenta, né?
Ó paí, ó!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

E o Rio Muriaé? Quem é por ele?

Realmente em Muriaé é cada um por si e ninguém pelo Rio Muriaé. Nas fotos acima podemos ver dois exemplos deste descaso. Apesar de Comitês das Bacias, Ministério Público, IEF, FEAM (?), Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal e outros órgãos aos quais compete proteger o rio, as fotos acima mostram o que acontece de verdade.
Duas obras que agridem um rio que já foi castigado demais. Em uma empresa uma obra invade e joga terra em seu leito. Na obra da ponte próxima à Casa de Saúde, o concreto retirado da antiga ponte é recebido por balsas que, na verdade, não seguram todo o material, que acaba caindo nas águas do rio.

Não seriam os dois exemplos crimes ambientais? Se não, no mínimo são uma falta de responsabilidade ambiental, o que não deixa de ser um horror, vivendo em tempos de crise ambiental, em tempo de resgatarmos o pouco que temos e proteger, tentar recuperar o que já perdemos.

Autoridades, será que é assim mesmo que deve ser?

Só para constar: o Ministério Público já recebeu a segunda foto como denúncia. Duas vezes!

Pregão ou "i"licitações?

Tenho ouvido sobre irregularidades nos contratos da prefeitura com algumas empresas. Aliás, esta é uma conversa recorrente e, se não fosse uma coisa corriqueira no país todo, poderia ser facilmente rebatida e ignorada. Além do mais, falamos de um prefeito que é um dos maiores empresários do estado e do país, que agora tem um filho Deputado Estadual. Mas então por quê esta conversa?
Todos os dias vemos falcatruas acontecendo no Brasil inteiro. Minha opinião é que o nepotismo abre uma grande margem para isso. E embora aqui não se comprove nepotismo, sabemos também que muitos contratados pela prefeitura têm ligação, se não familiar, de proximidade com o prefeito. Afinal, ele é um dos, senão o maior, gerador de empregos da cidade.
Vejo aí, mesmo, a maior razão para não acreditar que aqui acontecem as mesmas coisas que acabam comprovadas em tantas cidades. Mas acho que a prefeitura deveria se esforçar sobremaneira para provar que não passam de boatos. A transparência deveria pautar a administração. Mas isto, infelizmente e de fato, não acontece: o Diário Oficial demora muito para chegar às mãos da população, enquanto se fosse oferecido online este tempo seria muito menor. Além de estar disponível a muito mais pessoas, uma vez que a internet é talvez o meio de comunicação mais popular. E isto de maneira alguma extinguiria os empregos da gráfica que imprime o Diário. Seria apenas uma maneira "a mais" de mostrar os atos públicos.
Mas também não é assim que acontece: ao procurar saber sobre um certo processo licitatório, fui inquirido como se estivesse eu fazendo algo muito errado. me foi perguntado porque queria saber sobre o processo, se havia algo de errado nele. Ora, se eu soubesse que algo estava errado, por quê precisaria vê-lo?
O que sugiro é a utilização do pregão eletrônico para, além de mostrar a intenção de não favorecer ninguém "próximo" e, ao contrário, favorecer a população, favorecer os cofres públicos. Há certos produtos e serviços licitados que seriam facilmente oferecidos por outras empresas por um preço que, por si só, justificaria o pregão.
É claro que se empresas daqui pudessem vencer as licitações, seria melhor para as empresas e consequentemente para os funcionários destas, mas a prefeitura, no meu entender, deve prezar pela economia do dinheiro público.
O pregão eletrônico não puniria as empresas que tivessem preços para vencer as licitações, mas se estamos falando de prestação de serviços e de milhares de Reais, há que se considerar a economia. E me pergunto: será que em alguma de suas empresas o prefeito optaria por favorecimento e não por preço? Acho difícil, tendo chegado onde chegou o Grupo empresarial construído por ele.
Continuo com a mesma opinião: a transparência, na administração pública, seria a melhor maneira de, além de não surgirem dúvidas e boatos, termos a melhor administração, voltada para os interesses comuns, os interesses reais da população. Afinal, é para isso que se elege um representante, seja para qualquer esfera política.
Esta crítica é, sim, uma sugestão, para que a Prefeitura possa melhorar, otimizar seus serviços, e também para que, caso isto não seja feito, trabalhem então os vereadores, que têm a função de fiscalizar os atos do Executivo.


"É preciso revestir as licitações e contratos públicos de total transparência, mediante a universalização das tecnologias da informação e comunicação e possibilitar à sociedade o acesso a todos os atos dos procedimentos licitatórios."

Luis Inácio Lula da Silva
Presidente da República

sábado, 19 de abril de 2008

A toda hora

A cada instante ouço um tropeço
Cada passo me faz sentir, ainda moço,
Que a cada dia
Nasço e envelheço.


(Floriano)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Muriaé contra as árvores?


Somente no bairro Bela Vista foram cortadas, de uma só vez, 65 árvores. Entre elas, algumas muito grandes, que poderia ter até 50 anos. Ouvi várias justificativas para o corte, como por exemplo: Para que não ficassem em suas sombras tantos andarilhos (Resolve-se um problema social criando um ambiental); porque traziam perigo por estarem muito perto da rodovia (algumas estavam muito longe); a visibilidade das empresas estava sendo prejudicada pela presença das árvores (é claro que empresas são mais importantes que árvores!).

Definitivamente as árvores não têm vez em Muriaé. Exemplos não faltam, infelizmente. Aqui, a árvore que havia sido letalmente ferida com o vazamento de combustível do posto, o que ainda causou um grave acidente no mês passado (também publicado neste blog), foi cortada.


No almoxarifado da prefeitura encontra-se uma quantidade significativa de lenha, que vem da "poda" realizada na cidade. E dos cortes desrespeitosos também, executados pela prefeitura. Aí surgem boatos e mais boatos. Ainda vão achar ruim?



O Centro Administrativo da prefeitura, além de custar muito caro, estar em local inviável, junto à estação rodoviária, ao lado do "camelódromo", em área sem local para estacionamento, ainda contribui para a situação ambiental precária na cidade. Ali já foram cortadas várias árvores.



Uma poda um tanto original, não? Se fosse um corte de cabelo, seria nos moldes do Exército.
Me faltam fotos para engrossar esta trágica estatística, sim. Infelizmente, o que não faltam são árvores cortadas. Medida compensatória é obrigatória, mas não vemos isto ocorrer assim tão claramente, se é que ocorre. Prefeirura, Secretaria de Meio Ambiente, Câmara Municipal, IEF, Polícia Ambiental, Ministério Público. Será que a responsabilidade não é mesmo de ninguém?


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Eu realmente não estou sozinho!

Vejam mais um comentário que recebi sobre o uso de herbicida na capina de ruas:

Floriano,
Veja o que diz o site do Alberto P. Castro, engenheiro agrônomo, sobre o uso de herbecidas urbanos:"É preciso que todos na sociedade estejam atentos, pois sinônimos como desfolhante agroindustrial, capina-química, praguicida ou herbicida urbano são na verdade maneiras ardilosas para aplicação de veneno no meio ambiente, que se por sorte ou destino não causarem um mal agudo, certamente crônico causarão; inclusive incorporando-se à cadeia alimentar, podendo desta forma chegar ao homem por via indireta. Há que se considerar neste contexto, a grande quantidade de agrotóxicos usada hoje em nossas lavouras hortifrutigranjeiras, que vem a ser a base de nosso alimento do dia-a-dia."
Este é o trecho do texto do texto encontrado no endereço http://www.albertopcastro.med.br/materias2/agrotoxico.html
Recomendo a leitura deste texto e de tantos outros que encontrarmos, para nos certificarmos de que esta prática pode ser um problema muito maior do que dizem as autoridades responsáveis pelo uso do herbicida e as fábricas, é claro.
Volto a dizer que não devemos esperar vinte, trinta anos para saber que estes produtos provocam câncer ou que poluem nosso lençóis freáticos.

Recebi este comentário

Um amigo, que também vou preservar, me enviou o comentário que pode ser lido a seguir. É muito bom saber que não estou sozinho em minhas considerações.

Floriano,
Espetacular o seu cometário sobre o uso de herbicida nas ruas de Muriaé. Uma coisa é certa: vão aumentar os casos de alergias e os problemas respiratórios da população - a curto prazo. A longo prazo isto vai contribuir para o surgimento de casos de câncer.À Monsanto realmente interessa que os agrônomos falem bem de seus produtos ou amenizem os seus impactos. Abraço.
17 de Abril de 2008 08:26


A consideração não é de um leigo, não. É de alguém que sabe o que fala, como tantos outros de nomes importantes mas que também têm dificuldade em serem ouvidos. Mas vamos pensar bem... Não é só por mim, ou por você, ou nossos filhos e netos, pois estes talvez nem disfrutem de tanta água, de tanta fartura que a NAtureza insiste em nos prover. Mas vamos pensar pelo planeta, pela continuidade da vida.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Em Muriaé, Roundup pode!

O Roundup, o câncer e o crime do “colarinho verde”

O texto está publicado na íntegra em
http://www.espacoacademico.com.br/051/51andrioli.htm

Mas resolvi postar somente uma pequena parte dele:

"O efeito do glifosato no organismo humano é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contato com o produto. Os sintomas de intoxicação previstos incluem irritações na pele e nos olhos, náuseas e tonturas, edema pulmonar, queda da pressão sangüínea, alergias, dor abdominal, perda de líquido gastrointestinal, vômito, desmaios, destruição de glóbulos vermelhos no sangue e danos no sistema renal. O herbicida pode continuar presente em alimentos num período de até dois anos após o contato com o produto e em solos por mais de três anos, dependendo do tipo de solo e clima. Como o produto possui uma alta solubilidade em água, sua degradação inicial é rápida, seguida, porém, de uma degradação lenta. Suas moléculas foram encontradas tanto em águas superficiais como subterâneas. A acumulação pode ocorrer através do contato das plantas com o herbicida (folhas, frutos) e seus efeitos mutantes podem ocorrer tanto em plantas como nos organismos dos consumidores. As plantas podem absorver o produto do solo, movendo-o e concentrando-o para partes utilizadas como alimento, com grandes variações."
Por
ANTÔNIO INÁCIO ANDRIOLI
Doutorando em Ciências Sociais na Universidade de Osnabrück – Alemanha


Pois é, mais uma em Muriaé. Há agora um debate ferrenho entre os que defendem e os que criticam o uso do herbicida para a capina de ruas. Os que defendem o uso, inclusive alguns bem embasados, devem estar se baseando nos argumentos e "provas" oferecidos pela própria Monsanto, a empresa produtora do Roundup.
Mas isso é comum: as empresas poluidoras, que degradam e destroem o meio ambiente fazem questão de patrocinar estudos, ações que fortaleçam, protejam o meio ambiente, as pessoas. E o pior, muitos acreditam. As tintas utilizadas nos Estados Unidos, por exemplo, não podem conter chumbo, por estar comprovada sua potencialidade cancerígena. Mas no Brasil não há nenhuma proibição a este respeito. É claro! Aqui existem os lobbies destas grandes empresas, que vêm de outros países que não permitem que façam lá o que fazem aqui.
Mas me pergunto o seguinte: para quê esperar uma comprovação tão maligna de que estas práticas podem ser prejudiciais ao homem, à fauna e à flora? Me parece ignorância, uma vez que poderíamos fazer de uma maneira completamente inofensiva. Mas é exatamente dessa ignorância que sobrevivem produtos e empresas assim. E é também por isso que os ambientalistas são tão pouco ouvidos há anos, quando começaram a fazer suas críticas. É por isso que a situação climática e social de nosso planeta vem se deteriorando e as perspectivas são cada vez mais sombrias.
Ora, não é preciso pensar demais: o Roundup não é só composto de glifosato, como explica o texto acima, e é altamente solúvel em água. Estamos ainda contando com muitas chuvas, então dá para, como leigo, acreditar que este produto vai direto para os lençóis freáticos, contaminando a água. E enquanto pagarmos para ver o que acontece no futuro, estaremos cada vez mais condenando o próprio futuro.
E para nao parecer que minha opinião é extremamente pessoal, recomendo a leitura do texto que publiquei acima.

domingo, 13 de abril de 2008

vejam bem...(poeminha velho!...)

Corruptos
Carrapatos
Sortudos
Safados


(Floriano)

sábado, 12 de abril de 2008

Até o fim? (parte 2)

Pois é! Um amigo, o qual me reservo o direito de preservar, me escreveu um comentário que me fez continuar.
Além dos problemas que citei no texto de mais cedo, com certeza existem muitos outros, e que podem ser solucionados, sim. Um deles é o do trânsito. Não são necessários muitos comentários, adjetivos e tentativas de explicação para comprovar o caos no trânsito de Muriaé. Talvez tenha-se que chegar ao final, à falta de soluções, para pensar que algo poderia ter sido feito.
Mas nem vou falar muito, não, porque faço questão de usar as palavras desse amigo. Gostei muito delas.

"Floriano,

Fiquei bastante contente quando li a sua "denúncia" sobre o corte das árvores e do acidente com o vazamento no posto. Se a nossa cidade tivesse mais olhos atentos, de repente, a realidade seria outra. Já que perguntar não ofende, faço uma pergunta: onde estão os jornais de Muriaé? Apesar de tanta árvore cortada - e isto de fato é uma coisa séria - não publicam uma linha sobre o assunto. Será que estão guardando espaço para coisas mais importantes? Não parece... Nesta semana a cidade ganhou duas estações de tratamento de esgoto. Isto é ótimo. Mas alguém já se perguntou para onde vai o esgoto tratado da estação do Safira? Bom, ele vai para o córrego Santa Rita e, até desaguar no Rio Muriaé, já vai estar poluído de novo - já que recolhe todo o esgoto da Rua Santa Rita, São Sebastião, Constantino Pinto e adjacências... o problema é que estas coisas passam ao largo. Ninguém fala coisa alguma e os erros vão se multiplicando. Ninguém fala em "anel viário" ou planejameto urbano e a cidade vai ficando cada vez mais insurpotável. Comparativamente, nosso trânsito é pior que o de São Paulo, por exemplo... comparativamente, somos mais violentos que o Rio de Janeiro - em taxa de homicídios por 100 mil habitantes... é muito ruim quando a gente nasce numa cidade e vê que ela está sendo "minada". Hoje vi uma matéria no jornal Nacional sobre as eleições na Itália. Lá, já se tem o sentimento de que seja quem for o vencedor, a coisa vai continuar piorando. Aqui sinto a mesma coisa. É triste...A Comissão de Meio Ambiente da Câmara e a própria câmara como um todo é regida pela inoperância. Ficam votando o Dia do Pipoqueiro e coisas do gênero. Gente, cada vereador ganha limpinho R$ 4.500 pratas por mês e só vai lá uma vez por semana. Considerando este salário por mês, mais o décimo-terceiro, cada um dos 11 vereadores de Muriaé custa R$ 58.500 por ano. Ou seja, num mandato, cada um fatura, por baixo, R$ 234 mil... sem contar as verbas de gabinete. Isto é crime de lesa-cidade... e ainda tem as verbas de gabinete que beiram a R$ 11 mil por mês... cadê as vozes desta cidade? Onde estão as pessoas sérias? Aí, como diz o Barão de Itararè, dali de onde menos se espera, é dali que não surge nada.PS: não sou candidato a cargo eletivo e fico triste em ver pouca gente mamando o dinheiro que a nossa cidade poderia estar investindo para melhorar o futuro de todos. O problema de Muriaé é bem parecido com o do Brasil... o governo é péssimo e acha que é o máximo, mas a oposição é pior ainda. Rezemos pelo messias e tomara que ele não seja hipócrita."

Quanto a mim, depois das palavras do amigo, SEM COMENTÁRIOS!!!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

poesia? nem sei...

Toda figura que vejo
é feita com minha tinta,
mas é o pensamento
quem vai lá e pinta.

(Floriano)

Até o fim?

Em Muriaé parecem acontecer coisas que só aqui, mesmo. Quando comentei sobre o acidente no posto de combustíveis, disse que senti falta de um vereador sequer no local. Pelo menos um dos quatro que fazem parte da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal. Ouvi outro dia que o vereador Evil Mendonça, que faz parte da Comissão, esteve, sim, no local. E eu continuo também afirmando que é muito estranho não tê-lo visto, já que moro na rua onde ocorreu o acidente e estava impedido de entrar em casa. Passei, portanto, as seis horas seguintes ao fato no local e não o vi, como também não vi nenhum outro político.
No dia seguinte apareceu a FEAM, responsável por obras como a que foi realizada no posto, e o prefeito. No dia seguinte!
Aí então esperei por alguma providência. Uma semana depois do acidente, postei aqui fotos da árvore que fica(va) perto das quatro caixas de onde vazou o combustível, segundo moradores do prédio em frente. A árvore estava morrendo e as duas na beira do rio também.
Qual não foi minha surpresa ao sair de casa ontem, pela manhã, e ver que a árvore havia sido morta de fato! É isso mesmo: cortaram a árvore. Não sei se o posto ou quem, mas a cortaram.
Sobre o acidente, nem uma multa foi aplicada ao posto e, agora, passados alguns dias, espalha-se uma conversa de que não houve vazamento de combustíveis. Não do posto. É de impressionar, não é mesmo?
E hoje também notei mais algumas árvores cortadas na beira do rio, junto ao Centro Administrativo Municipal. Com toda certeza há uma justificativa. Sempre existem justificativas para coisas como estas e não vemos, por outro lado, árvores sendo plantadas.
Será que com tantas provas de que o meio ambiente depende de nossas atitudes Muriaé vai contra a lógica? Será preciso chegar ao fim, para ver que se está fazendo errado?
A água, as árvores, o lixo, a reciclagem e todas as coisas gritantes, de bem e de mal, será que aqui em Muriaé passarão sempre impercebidas? Será necessário isto mesmo?
O Deputado Estadual Bráulio Braz, atendendo a um pedido meu, enviou um ofício ao Secretário Estadual do Meio Ambiente pedindo um braço da FEAM para Muriaé. Vejamos se seu prestígio se transforma em solução concreta...
Acho que fazer críticas como esta que fiz merece sim uma resposta como a que recebi, mas ainda não é o bastante. Nem da parte do Deputado nem de nossa parte.
As pessoas ainda jogam lixo no chão, na rua, "varrem" suas calçadas com a mangueira, sem se importar com nosso futuro. E não é nenhum devaneio pensar que o futuro de nossa geração já está condenado por estes atos.
Concluo então que chegaremos ao fim sem aprendermos a pensar com lógica, com inteligência. O pior é que se trata de um "fim" concreto. E próximo!