Dono de um patrimônio estimado em cerca de R$ 100 milhões, um empresário do Norte de Minas mostrou que o cargo de prefeito pode ser adquirido da mesma forma que se compra mercadoria em loja. Dono de uma extensa ficha de crimes contra o patrimônio público, o milionário Juracy Freire Martins comprou a eleição em Porteirinha, município de 37 mil habitantes e 29 mil eleitores. Embora tenha estimado gastos de apenas R$ 250 mil em sua campanha, de acordo com informações fornecidas à Justiça Eleitoral, assessores do empresário afirmam ele investiu cerca de R$ 5 milhões para vencer a eleição. Apenas na quinta-feira que antecedeu ao pleito, Juracy teria sacado numa agencia bancária local R$ 2,3 milhões em notas de R$ 50 e de R$ 100, vangloria-se um de seus correligionários.
Proprietário de várias fazendas, 13,7 mil bois, vários imóveis, máquinas e veículos, conforme declaração de bens fornecida à Justiça Eleitoral, o empresário fez de seu poderio econômico sua principal arma de campanha. Duas cerâmicas de Porteirinha trabalharam a todo vapor para dar conta de produzir milhares de tijolos doados a eleitores carentes das zonas urbanas e rural pelo candidato e por vereadores de sua coligação. A lista de materiais de construção doados aos eleitores em troca do voto ainda incluiu sacos de cimento, telhas, blocos, canos e caixas d’água. Mas a ilícita generosidade de Juracy com os eleitores de Porteirinha não parou ai. Um supermercado e algumas mercearias da cidade foram autorizados a entregar feiras completas a eleitores que portassem um cupom emitido por alguns assessores do candidato e vereadores de sua coligação.
Filmagens em poder da Justiça Eleitoral mostram eleitores falando sem inibição sobre os benefícios recebidos em troca de votos. Alguns eleitores chegaram a ser presos em flagrante pela Polícia Militar dias antes da eleição, no momento em que um caminhão de Juracy fazia a entrega de materiais de construção. Há pelo menos cinco ações de investigação judicial eleitoral em andamento contra Juracy, além de diversos boletins de ocorrência. Juracy foi eleito com 9.836 votos (44,8% dos votos válidos). Em segundo lugar ficou o atual prefeito, Alonso Reis (PT), com 7.799 votos (35,5%), em terceiro Preto Aguiar, com 4.196 (19,11%) e em último o Professo Halley, com 126 (0,57%). “A compra de votos correu solta, na vista da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. Isso tirou a lisura do processo eleitoral em Porteirinha”, diz o prefeito, que tem esperança de continuar no cargo, caso Juracy seja punido por captação irregular de sufrágio e utilização indevida de suas emissoras de rádio em benefício de sua candidatura.
O Ministério Público eleitoral, através do promotor Ali Mahmoud Fayez Ayoub, propôs ação criminal contra Juracy Freire Martins, que teve um caminhão flagrado entregando materiais de construção a eleitores. O processo corre em segredo de Justiça. A primeira audiência foi ontem, e o empresário recusou a proposta de pagamento de uma multa como transação penal.
* Fábio Oliva
Jornalista
fhcoliva@terra.com.br
Não sei por que insisto em mostrar também notícias de outras cidades, quando parece que "se eu falo" de alguém de um partido, ou posição política, sou só "do contra" e não um cidadão consciente de que as pessoas podem ser melhores.
Mas de qualquer maneira, está aí a notícia, para provar que em outros lugares existem irregularidades.
E punição!
É imperativo que a imprensa seja, como em outros lugares, um instrumento do bem comum. Que procure pelas irregularidades, porque podem existir. E é importante também que fique bem claro: não faço, mesmo, publicidade para políticos. Ainda acredito que quando um administrador ou legislador municipal cumpre sua função está apenas cumprindo sua função.
O que, de forma alguma, desmerece as realizações de uma administração,por exemplo. Não se trata disso, também.
Trata-se apenas de cumprir sua função. Simples, não?
Napoleão Bonaparte disse: "Três jornais me dão mais medo que 100 mil baionetas".
Não dá para pensar?
2 comentários:
è mesmo,ceros lugares tem imprensa.E imprensa não comprada.Aqui em Muriaé o que se fala é que a imprensa e a Juistiça tem medo do poderio do Sr José braz.mas como todos sabem todos nós somos imortais e esse "império" um dia irá acabar.Aguardemos nós ainda jovens e de meia idade.temos muitos politicos que se afastaram dessa e que o povo sentirão sua falta e conclamarão para que voltem.Tenho certeza disso e conheço um corajoso politico de Muriaé que era do lado de prefeito e honrosamente lutou e continuará lutando contra o jeito "sujo"!do prefeito administrar.No meu ver esse sim,tem futuro em Muriaé.Esperem e verão.
Como o MP não faz nada em uma cidade que nós conhecemos, nós devemos nos juntar e fazer o trabalho.
Nós vamos fazer contato!!!!!!
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