terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O comandante


Natural de Belo HOrizonte, casado e pai de três filhos, bombeiro há 18 anos e piloto há 13, em uma conversa descontraída, o Ten. Cel. Cleberson contou sobre o trabalho do Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros e algumas curiosidades.
O trabalho de uma equipe aérea consiste em sobrevoos de monitoramento, como os feitos em Muriaé, transporte e apoio a vítimas, transporte aeromédico, busca e salvamento e combate a incêndios.
Da equipe presente a Muriaé, são piloto e co-piloto, dois tripulantes operacionais, um mecânico de voo e um responsável pelo abastecimento. Ele explica ainda que esta aeronave precisa de apoio terrestre, logístico. Em Minas Gerais são 11 batalhões do Corpo de Bombeiros, três na região metropolitana de Belo Horizonte e sete no interior, além do próprio BOA, em BH, que atende todo o Estado. O BOA conta com dois helicópteros e dois aviões e 35 homens e mulheres, todos especializados, técnicos em apoio de suprimento aéreo e apoio no solo.
No ano de 2008 foram 900 missões, com mais de 175 pessoas socorridas. Em dezembro, o Ten. Cel. esteve em muitas cidades. Listamos: Belo Horizonte, Contagem, Brumadinho, Mateus Leme, Joatuba, Nova Lima, Rio Acima, Sabará, Caeté, Ubá, Cataguases, Faria Lemos, Tombos, Carangola, Miraí, Poços de Caldas, Ribeirão das Neves, Bela Vista de Minas, Bonfim e Muriaé, por duas vezes.
Em Bonfim, um resgate chamou sua atenção. "O rio Paraopeba estava muito cheio e uma chamada de um homem pedia que resgatassse sua esposa e filha, ilhadas, e a criança estava com 42º de febre. Pegamos com o marido o celular da esposa, pedimos a ela que estendesse lençóis brancos perto da casa  e em menos de 15 minutos o resgate foi feito com sucesso."
Resgates realmente tocam o comandante e parece que quando envolvem crianças a emoção é maior. Tanto que quando perguntei a pior e a melhor situação por que passou a bordo do Arcanjo 03, ele citou dois resgates de crianças. 
O pior: em um acidente de carro, um bebê de três meses, que estava no colo da mãe, teve fratura no fêmur e uma parada cardiorrespiratória. "Infelizmente a criança não sobreviveu. Creio que se ela estivesse na cadeirinha para bebês, o resultado poderia ter sido diferente", lamenta.
O melhor: o transporte de um bebê, uma menina, de três dias, de Mariana a Belo Horizonte. A criança tinha problemas sérios de saúde e se não fosse transportada rapidamente, morreria. "Me lembro de, ao chegar a BH, olhar a cidade e dentro da aeronave uma criancinha tão pequena, felizmente sendo salva".
Uma curiosidade: houve um incêndio no Parque EStadual da Serra do Rola-Moça. Foram jogados pelo helicóptero 50 mil litros d'água. Quando combatido e os bombeiros faziam o rescaldo, eles encontraram um ninho de passarinho ainda com os filhotes, vivos.


 

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